As manifestações de 15 de fevereiro no Brasil foram as maiores em comparação com situações semelhantes, como a guerra do golfo em 1991 ou a guerra contra o Afeganistão.
15 February. No to war in Iraq. cwi reports from around the world. Brazil.
Manifestações contra a guerra no Brasil
Com a exceção das 150 mil pessoas de várias partes do mundo que protestaram contra a guerra na marcha de abertura do Fórum Social Mundial, essa foi a maior mobilização brasileira contra a iminente guerra contra o Iraque.
Em São Paulo aconteceu a maior manifestação. Os organizadores calculam em cerca de 3o mil o número de manifestantes. A Avenida Paulista, um dos maiores centros financeiros da América Latina, foi tomada em pleno sábado à tarde, mesmo com chuva.
Haviam muitos militantes e simpatizantes do PT, PCdoB, PSTU, organizações de esquerda, sindicatos e movimentos sociais. Mas, haviam também muitos jovens não organizados e pessoas que iam à sua primeira manifestação.
O presidente nacional do PT, José Genoíno e parlamentares do partido, como o senador Eduardo Suplicy, participaram do Ato. Em Brasília, Lula declarou novamente ser contra uma guerra sem o aval da ONU.
Os militantes do SR, seção brasileira do CIO/CWI, distribuíram milhares de panfletos onde se exigia do governo Lula uma postura mais firme e clara. Lula deveria se posicionar contra a guerra mesmo se a ONU mudar de posição e passar a apoiar a agressão norte-americana. Deveria ainda parar de pagar a dívida e impedir que o dinheiro brasileiro sirva para financiar a máquina de guerra dos EUA.
Explicamos ainda que o peso do agravamento da crise econômica devido à guerra não deve recair sobre as costas dos trabalhadores. Cortes nos gastos sociais, aumento dos juros, aumento do preço dos combustíveis e outras tarifas públicas e aumento dos recursos destinados ao pagamento da dívida, não são políticas coerentes com as expectativas de mudança geradas com a vitória de Lula.
O SR está chamando uma reunião aberta este domingo para discutir a continuidade do movimento contra a guerra junto com a luta para que o governo Lula rompa com a ALCA (FTAA) e o FMI e pela construção de uma autêntica alternativa socialista no Brasil.
No Ato de São Paulo, vendemos cerca de 150 jornais e fizemos boas discussões com jovens e trabalhadores em busca de uma alternativa de esquerda.
Em seu discurso final, o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, chamou a todos para que, no dia em que Bush começar a agressão contra o Iraque, montemos um acampamento de massas em frente ao Consulado norte-americano em São Paulo. Essa proposta tinha sido feita pelo Movimento dos Sem-Educação (MSE) no Comitê da Juventude de São Paulo contra a guerra.
Nos próximos dias, os ativistas do MSE deverão trabalhar para construir uma jornada de lutas por uma educação pública para todos junto com a luta contra a guerra. Sabemos que estilhaços das bombas sobre Bagdá cairão sobre nossas cabeças. A luta contra a guerra é também a luta contra a ALCA e a política de privatizações e cortes imposta pelo FMI.
Militantes do SR também interviram ou ajudaram a convocar a Manifestação em Campinas envolvendo cerca de mil pessoas. Em São Carlos, militantes do SR participaram de um Ato na Câmara Municipal que reuniu cerca de 100 pessoas.
No Rio de Janeiro, cerca de 10 mil pessoas se mobilizaram contra a guerra mesmo sob um sol de 40 graus. Existiram ainda manifestações em 25 capitais de estados brasileiros e inúmeras outras cidades. Em Brasília, entre os cerca de 500 manifestantes estava o ministro Olívio Dutra (PT) que declarou que estava presente no Ato seguindo orientação do presidente Lula.
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